Leituras que
inspiram
Texto: Aline Hack. Edição: Luana Borges
Ilustração: TheKarynne. Layout: Natan Carvalho. Programação: Fausto André
A lista abaixo traz os nomes de oito mulheres pesquisadoras que são nossas indicações de leitura. Em seus livros, artigos e ensaios, elas trazem pensamentos indispensáveis para se compreender a situação das mulheres hoje: na política, na economia, no sistema judicial, na esfera privada, na esfera do trabalho, no cotidiano.
Não há, na listagem abaixo, a intenção de trazer à tona um inventário exaustivo das feministas teóricas que motivam o debate contemporâneo – isso, afinal, beiraria a impossibilidade. Trata-se apenas de um pincel das principais leituras que orientam, e orientaram, a equipe do “De Olho nas Urnas” no pensamento sobre as mulheres – e suas diversidades – na política brasileira.
Simone de Beauvoir
Quem é?
Bem antes de ser conhecida como filósofa feminista e ativista, Beauvoir era conhecida como professora do Liceu de Meninas na França. Além de ativista política, ela fez parte do movimento existencialista francês, sendo uma romancista potente em temas como amor, família, velhice e posição da mulher na sociedade. Mas foi na obra O Segundo Sexo, um ensaio filosófico e teórico, que Simone de Beauvoir passou a ser conhecida como uma mente inspiradora para os movimentos feministas. Uma curiosidade: demorou para que o livro O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, fosse aceito por ela própria como uma obra feminista, pois ela mesma não se considerava como parte desse movimento.
Qual a contribuição de Beauvoir para os estudos feministas?
Ao conceituar a mulher como o outro, Beauvoir enfrenta teorias da biologia, da psicologia e do materialismo histórico. A autora explica que, tradicionalmente, a mulher é vista como sujeita não universal. Foi aí que, pela primeira vez, passou a ser fortalecida a ideia de que o “sexo feminino”, mais do que um dado da biologia, é uma construção social.
Quais autoras dialogam com Beauvoir?
A teoria de Simone de Beauvoir foi fundante para teorias posteriores sobre a construção do “gênero” como categoria de identidade de Judith Butler e inspirou teorias queer e dos movimentos de libertação das mulheres, anos após seu lançamento. Leis francesas posteriores, sobre consentimento e aborto, também se inspiraram em manifestações públicas da autora.
Em uma frase…
“Não se nasce mulher, torna-se”
(Simone de Beauvoir)
Onde encontrar o trabalho dessa autora?
O segundo sexo. Editora Nova Fronteira, 2019.
Seyla Benhabib
Quem é?
Seyla Benhabib é uma filósofa e professora universitária estadunidense. A autora possui várias obras discutindo a Teoria Crítica, ou seja, ela faz discussões não apenas de forma abstrata, mas em conjunto com a atuação política. Seyla Benhabib compõe um grupo de filósofas que ficou conhecido no Brasil como “gangue das quatro”. A história é a seguinte: em 1990, em um simpósio na Filadélfia, Seyla uniu suas proposições à problematização da filósofa Judith Butler. A também filósofa Nancy Fraser fazia a mediação do evento. Os textos deste Simpósio foram publicados em 1991 na revista Praxis International. Depois, decidiu-se ampliar a discussão: Drucilla Cornell, ao comentar a posição de cada uma delas, juntou-se ao grupo, o que deu origem à alcunha de “gangue das quatro”. Às brasileiras e aos brasileiros, a prosa entre elas está publicada em Debates feministas: Um intercâmbio filosófico, pela editora Unesp.
Qual a contribuição de Benhabib para os estudos feministas?
Ela é conhecida por unir a Teoria Crítica à Teoria Feminista. A obra da autora segue uma tendência de discussões feitas por cientistas políticas estadunidenses a partir do fim dos anos 1980, com críticas ao universalismo e com a contextualização do “direito dos outros”. Seus estudos são focados em democracia, migração, teoria feminista e direitos humanos.
Quais autoras dialogam com Benhabib?
Os estudos de Seyla Benhabib se aproximam de autoras como Hannah Arendt (na qual se inspirou), Nancy Fraser, Iris Marion Young, Drucila Cornell e Carole Pateman, ou seja, aquelas que estudam democracia, política, justiça social e as relações das mulheres nos espaços públicos e privados. São pesquisas que criticam o universalismo: de acordo com essa linha, não é possível que valores, princípios ou normas sejam válidos para todas as culturas e contextos. Isso faria com que desconsiderássemos as diferenças culturais, históricas e sociais, marginalizando perspectivas alternativas.
Em uma frase…
“O objetivo da lei é proteger os vulneráveis contra o predador explorador, mas a lei não pode erradicar o mal do coração humano.”
(Seyla Benhabib)
Onde encontrar o trabalho dessa autora?
Situando o Self – Gênero, comunidade e pós-modernismo na ética contemporânea. Editora UnB, 2021.
Flávia Biroli
Quem é?
Flávia Biroli é uma pesquisadora brasileira e professora de Ciência Política na Universidade de Brasília. Ela tem uma carreira de destaque internacional, tendo integrado o Grupo de Assessoras da Sociedade Civil da ONU-Mulheres entre 2016 e 2017. Liderou, juntamente com Emilia Sáiz, a elaboração do relatório do grupo de especialistas para a Comissão sobre o Status da Mulher em 2019 e 2020. Em 2020, foi acadêmica visitante no Latin American Centre da Universidade de Oxford. Uma curiosidade: Biroli é formada em Comunicação Social, área na qual produziu seus primeiros trabalhos.
Qual a contribuição de Biroli para os estudos feministas?
A produção científica de Flávia Biroli é amplamente inspirada pela Teoria Crítica Feminista, com pesquisas que abordam temas como gênero, política, comunicação e democracia. Atualmente, seu foco está na análise do neoconservadorismo na América Latina.
Quais autoras dialogam com Flávia Biroli?
Os estudos de Biroli se aproximam de outras autoras da teoria crítica feminista e da ciência política, como Céli Regina Jardim Pinto, Nancy Fraser, Iris Marion Young, Anne Phillips, Carole Pateman, Marlise Matos, Danusa Marques, Maria das Dores Machado e Viviane Freitas, abrangendo de forma política os temas sobre aborto, comunicação e discussões sobre a esfera pública e privada. A presença de mulheres na política, o contexto do neoliberalismo e os movimentos feministas latino-americanos são outras áreas de abordagem da autora.
Em uma frase…
“[…] não se trata apenas de diversidade. Numa sociedade estruturada pela dominação masculina, a posição das mulheres não é apenas ‘diferente’ da dos homens. Mulheres possuem menos acesso às posições de poder e de controle dos bens materiais. Estão sujeitas à violência e à humilhação”
(Flávia Biroli)
Onde encontrar o trabalho dessa autora?
Feminismo e política: uma introdução (em coautoria com Luiz Felipe Miguel). Editora Boitempo, 2014.
Gênero e Desigualdades: o limite da democracia no Brasil. Editora Boitempo, 2018.
Gênero, neoconservadorismo e democracia (além da autora, o livro também conta com textos de Maria das Dores Campos Machado e Juan Marco Vaggione). Editora Boitempo, 2020.
Marilena Chauí
Quem é?
Marilena Chauí, filósofa brasileira e professora emérita do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo, é uma das maiores referências no campo da filosofia no Brasil, com sua obra amplamente utilizada em estudos introdutórios de Filosofia em todo o país. Uma curiosidade: além de seu reconhecimento acadêmico, Chauí tem uma longa trajetória de ativismo, tendo feito resistência à Ditadura Militar no Brasil (1964-1985) e sendo uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores (PT) em 1980. Ela também ocupou o cargo de secretária de cultura durante a gestão da prefeita Luiza Erundina no município de São Paulo.
Qual a contribuição de Marilena Chauí para os estudos feministas?
A filósofa analisa criticamente a desigualdade e a exclusão social, com foco especial nos direitos das mulheres e dos grupos sociais marginalizados no Brasil. Ela ressalta como as estruturas de poder hierárquicas perpetuam a opressão, transformando diferenças sociais e pessoais em desigualdades que reforçam relações de mando e obediência. Além disso, ao abordar questões como direitos humanos, cidadania e democracia, sua obra ilumina a importância de desafiar o autoritarismo social e promover uma sociedade mais justa e igualitária, em linha com as preocupações centrais do feminismo.
Quais autoras dialogam com Chauí?
O trabalho de Chauí dialoga com Hannah Arendt, pois ambas compartilham reflexões profundas sobre democracia, poder e as estruturas de dominação. Arendt, com sua análise sobre o totalitarismo e a condição humana, oferece um ponto que Chauí explora em seus trabalhos. É também possível encontrar intersecções com Judith Butler, sobre controle social, Simone de Beauvoir e Angela Davis, sobre os sistemas de dominação.
Em uma frase…
“A democracia é a atividade criadora dos cidadãos e aparece em sua essência quando existe igualdade, liberdade e participação.”
(Marilena Chauí)
Onde encontrar o trabalho dessa autora?
Cidadania Cultural: Política cultural e cultura política novas
(Escritos de Marilena Chauí). Editora Autêntica, 2024.
Repressão Sexual: essa nossa (des)conhecida. Editora Brasiliense, 1998
Participando do debate sobre mulher e violência (artigo dentro de um livro chamado Perspectivas antropológicas da mulher). Editora Zahar, 1985.
Angela Davis
Quem é?
Angela Davis, ativista, pesquisadora e professora universitária nos Estados Unidos, é uma das vozes mais influentes na luta pelos direitos civis da população negra e no feminismo marxista. Seu trabalho aborda questões de raça, classe e abolicionismo penal, debatendo uma reestruturação profunda da sociedade, sem que haja a necessidade de prisões, penas de morte ou outras formas de cárcere. Davis faz essas discussões com base na teoria marxista para explicar as relações de opressão geradas pelo capitalismo. Reconhecida mundialmente, a estudiosa estadunidense é uma das feministas marxistas mais lidas atualmente, trazendo reflexões profundas sobre a interseção entre desigualdade social e justiça racial.
Uma curiosidade sobre o ativismo de Angela Davis é que seu posicionamento contra o aumento da população carcerária negra acarretou que fosse incluída na lista de procurados do FBI na década de 1960. Essa retaliação incentivou uma resposta social ainda maior pelos direitos civis na época.
Qual a contribuição de Angela Davis para os estudos feministas?
Davis foca seu trabalho em questões de raça e classe nos Estados Unidos. Ela examina as interseções entre opressão, capitalismo e autoritarismo. Possui uma perspectiva crítica em relação às estruturas de poder e analisa a resistência às formas de dominação, com destaque à discussão sobre gênero, raça e classe. A autora critica o capitalismo e, também, o feminismo liberal (que, segundo ela, desconsidera questões sobre a pobreza). Além disso, Davis nos convida a refletir sobre a questão do encarceramento da população negra e da importância da presença de mulheres dentro dos espaços sociais de ativismo.
Quais autoras dialogam com Davis?
Angela Davis dialoga com diversas autoras que compartilham preocupações com as interseções entre gênero, raça, classe e capitalismo. Silvia Federici, assim como Davis, critica o capitalismo e o patriarcado, especialmente em sua análise sobre o trabalho reprodutivo. Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento e Sueli Carneiro – todas importantes para o feminismo negro no Brasil – ecoam a crítica de Davis ao racismo e à exclusão das mulheres negras nos movimentos feministas tradicionais. Jurema Werneck e Flavia Rios também contribuem para essa discussão ao abordar a saúde e os direitos das mulheres negras no contexto brasileiro. Alexandra Kollontai e Clara Zetkin, feministas marxistas, se alinham com Davis na defesa de um feminismo anticapitalista e revolucionário, promovendo a emancipação das mulheres trabalhadoras.
Em uma frase…
“Quando uma mulher negra se movimenta, toda uma sociedade se movimenta com ela.”
(Angela Davis)
Onde encontrar o trabalho dessa autora?
A liberdade é uma luta constante. Editora Boitempo, 2018.
Mulheres, cultura e política. Editora Boitempo, 2017.
Mulheres, raça e classe. Editora Boitempo, 2016.
Lélia Gonzalez
Quem é?
Lélia Gonzalez – intelectual, antropóloga, professora e ativista brasileira – é considerada uma das principais vozes do feminismo negro no Brasil. Pioneira na articulação entre questões de raça, gênero e classe, ela destacou a invisibilidade das mulheres negras nos movimentos feministas e nas lutas antirracistas, chamando atenção para as especificidades da opressão enfrentada por esse grupo. Gonzalez foi cofundadora do Movimento Negro Unificado (MNU) e teve uma atuação importante tanto na política, no enfrentamento à Ditadura Militar (1964-1985), como no meio acadêmico. Uma curiosidade interessante é que ela foi uma das primeiras mulheres negras a se formar em uma instituição de ensino superior no Brasil, obtendo seu diploma em 1959 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Qual a contribuição de Lélia Gonzalez para os estudos feministas?
Sua trajetória acadêmica e sua militância ajudaram a abrir caminho para muitas outras mulheres negras, e ela se tornou uma referência importante para as novas gerações de ativistas e intelectuais feministas no Brasil. Seu trabalho combina influências do pensamento afro-latino-americano e feminista, além de diálogos com a psicanálise e com a antropologia. Gonzalez foi uma das primeiras estudiosas a usar o termo “amefricanidade” para descrever a identidade cultural formada a partir da diáspora africana nas Américas. Em sua obra, denunciou o racismo estrutural brasileiro e a violência contra as mulheres negras, propondo uma reflexão sobre a colonização cultural e a necessidade de uma identidade negra forte e consciente. Lélia Gonzalez foi fundamental para promover a interseção entre a luta racial e feminista, trazendo uma nova perspectiva para os feminismos no Brasil.
Quais autoras dialogam com Gonzalez?
Jurema Werneck, Flávia Rios e Beatriz Nascimento compartilham uma forte relação com Lélia Gonzalez, sendo Rios uma das maiores divulgadoras do trabalho de Lélia. A obra de Gonzalez também dialoga com a de Angela Davis, que, assim como ela, destaca a interseção entre raça, gênero e classe em suas análises. Outras autoras, como Conceição Evaristo e Djamila Ribeiro, também trazem reflexões sobre a experiência das mulheres negras e sobre a urgência de um feminismo antirracista.
Em uma frase…
“A conscientização da opressão ocorre, antes de qualquer coisa, pelo racial.”
(Lélia Gonzalez)
Onde encontrar o trabalho dessa autora?
Por um feminismo afro-latino-americano
(organização de Flávia Rios e Márcia Lima). Editora Zahar, 2020
Lugar de Negro (em coautoria com Carlos Hasenbalg). Editora Zahar, 2022.
Lelia Gonzalez – Retrato do Brasil Negro. (Alex Ratts e Flávia Rios).
Editora Selo Negro, 2010.
Lenore E. Walker
Quem é?
Lenore E. Walker, psicóloga estadunidense, é conhecida por seu trabalho pioneiro no estudo da violência doméstica e pela criação do conceito de Síndrome da Mulher Maltratada (Battered Woman Syndrome), que descreve os sintomas e comportamentos de mulheres submetidas a abuso crônico por seus parceiros. Sua pesquisa foi crucial para entender o impacto psicológico da violência e tem sido usada em tribunais como defesa legal para mulheres que, em situações de violência extrema, mataram seus agressores. Esse conceito vem ajudando a transformar a forma como a justiça lida com casos de violência doméstica, pois faz reconhecer o efeito devastador da agressão contínua sobre a saúde mental das vítimas.
Qual a contribuição de Lenore Walker para os estudos feministas?
Sua obra foi um marco na psicologia feminista e no campo da violência de gênero.Seu trabalho ajudou a trazer a questão da violência doméstica para o debate público, ao mesmo tempo que ofereceu ferramentas terapêuticas para profissionais da saúde mental no tratamento de vítimas.
Além de seu trabalho como pesquisadora e autora, Walker atuou em diversas frentes, promovendo políticas públicas voltadas à proteção das vítimas de violência e à educação sobre o tema. Ela também ajudou a estabelecer organizações de apoio às mulheres maltratadas e contribuiu para o avanço da psicologia forense, colaborando à formação de padrões para a avaliação psicológica de vítimas de violência doméstica.
Quais autoras dialogam com Walker?
No Brasil, autoras como Maria Filomena Gregori, Eva Blay, Jacqueline Pitanguy e Wânia Pasinato dialogam com as pesquisas de Lenore Walker, especialmente no que tange à violência de gênero. Gregori, em sua obra sobre mulheres e relações violentas, explora as dinâmicas de abuso e os impactos na vida das vítimas, enquanto Blay, pioneira no estudo da violência contra a mulher, ajudou a inserir o tema nas políticas públicas brasileiras. Pitanguy, ativista e socióloga, foi fundamental na luta pelos direitos das mulheres e pela proteção legal das vítimas, e Pasinato tem contribuído com pesquisas sobre a Lei Maria da Penha, com foco no atendimento institucional a mulheres em situação de violência.
Em uma frase…
“A violência doméstica não discrimina. Ela afeta pessoas de todas as raças, idades, gêneros e classes socioeconômicas.”
(Lenore E. Walker)
Onde encontrar o trabalho dessa autora?
The battered woman. Editora Harper and How, 1979.
Jurema Werneck
Quem é?
Jurema Werneck, médica, pesquisadora e comunicóloga, é uma das principais vozes do ativismo feminista no Brasil. Cofundadora da ONG Criola, Werneck atua como diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil desde fevereiro de 2017 e integra o conselho do Global Fund for Women. Sua escolha pela medicina foi motivada pela necessidade de enfrentar as desigualdades na saúde pública que afetam a população negra. Ainda durante a graduação, envolveu-se no movimento estudantil, onde teve maior contato com a área de saúde comunitária. Ela também participou da histórica 8ª Conferência Nacional de Saúde, um marco que ajudou a moldar o Sistema Único de Saúde (SUS).
Qual a contribuição de Jurema Werneck para os estudos feministas?
Jurema Werneck destaca as especificidades das mulheres negras na luta por justiça racial e de gênero. Sua contribuição envolve a promoção de políticas públicas inclusivas e o monitoramento das condições de vida dessa população, com foco na saúde e nos direitos humanos. Em 2021, durante a CPI da Covid-19, Werneck apresentou um estudo que mostrou como 120 mil vidas poderiam ter sido poupadas se medidas preventivas adequadas tivessem sido adotadas. Na ocasião, ela ressaltou as desigualdades no enfrentamento da pandemia. A pensadora convida sempre à reflexão sobre a população negra e diz que a luta contra o patriarcado está na pauta de mulheres negras há muito tempo.
Quais autoras dialogam com Werneck?
As questões raciais de mulheres brasileiras estão todas interconectadas, logo, autoras como Sueli Carneiro, Dijamila Ribeiro, Carla Akotirene, Lélia Gonzalez, Luciana Brito e Flávia Rios estão em diálogo. Ao abordarem justiça social, direitos humanos e visibilidade às mulheres negras, essas pesquisadoras ajudam a promover ações afirmativas em prol da redução das desigualdades no Brasil. Além delas, estudiosas como Débora Diniz e Lia Zanotta Machado também discutem a situação da saúde pública às mulheres e da justiça reprodutiva.
Em uma frase…
“A gente é mulher negra, não mulher e negra. É u a experiência compacta, inteira e singular, que traz vários reflexos em nossa vida.”
(Jurema Werneck)
Onde encontrar o trabalho dessa autora?
Mulheres negras na primeira pessoa. (Jurema Werneck, Nilza Iraci e Simone Cruz). Redes Editora, 2012.
O livro da saúde das mulheres negras. Editora Pallas, 2000.