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Dados e Análises

Conheça os principais achados da pesquisa De Olho nas Urnas

Nossa pesquisa tem o objetivo de estabelecer uma comparação entre o cenário político para as mulheres nas eleições legislativas dos municípios, em 2020, àquele que ocorrerá em 2024.

O estudo foi iniciado em janeiro deste ano. Em seu primeiro semestre de atividades, o grupo de estudiosas e de estudiosos, composto por cerca de 30 pessoas, operou em três frentes distintas, todas elas referentes às últimas eleições municipais, realizadas quatro anos atrás.

Análise quantitativa

(por meio da raspagem de dados do Tribunal Superior Eleitoral/TSE)

Aqui foram detalhados, por Estado brasileiro, números referentes à representatividade de mulheres na política: foi aferida a taxa de sucesso das mulheres nas eleições de 2020, se comparada à dos homens; além disso, foi estabelecida uma comparação – naquele pleito em específico – entre as unidades federativas que foram mais ou menos desiguais no que se refere ao equilíbrio de gênero nos cargos eletivos. Para isso, as pesquisadoras do De Olho nas Urnas elaboraram o Índice de Equilíbrio de Gênero (IEG).

Ainda no aspecto quantitativo – com o que se chama de jurimetria –, as pesquisadoras também analisaram os processos judiciais protocolados em 2020 sobre dois temas distintos: candidaturas fictícias e violência política contra as mulheres.

Análise de notícias

(por meio de análise de conteúdo)

Outra face da pesquisa é a análise de notícias, publicadas em 12 sites distintos no ano de 2020, sobre a violência política contra a mulher. Neste ponto, as pesquisadoras tiveram um retorno de 2010 matérias, sendo que 175 foram identificadas como aderentes ao escopo.

Tais notícias passaram pelo que se chama de análise de conteúdo, isto é, foram submetidas à análise de frequência e de ocorrência com relação às seguintes categorias pré-estabelecidas:

  1. Categoria temporal (em 2020, quais foram os meses em que ocorreram maiores incidências de violência contra as candidatas?);
  2. Categoria geográfica (quais foram os Estados mais noticiados, naquele período, quando o assunto foi a violência política de gênero?);
  3. Identidade de gênero reportada pela candidata que sofreu a violência;
  4. Tipo de candidatura mais afetada pela violência política (as candidatas a prefeitas são as mais afetadas? Ou aquelas que concorrem a vice-prefeitas? Ou são as vereadoras?);
  5. Tipo de violência sofrida (simbólica/psicológica? Física/sexual? Econômica?);
  6.  O espectro político-ideológico (Candidatas de esquerda ou de direita? Quais são as mais atingidas pela violência política de gênero, conforme as notícias veiculadas?);
  7. A oportunidade de manifestação, na matéria, por parte da candidata;
  8. E, por fim, aferição do sexo/gênero da(do) jornalista que assinou a notícia (e se isso interferiu, de alguma forma, na abordagem sobre o tema).

Entrevistas em profundidade

A complexidade e a interdisciplinaridade do estudo também se traduziram em captações qualitativas por parte das pesquisadoras. Nesse sentido, foram realizadas 80 entrevistas em profundidade, com uma média de duas horas de duração cada, com candidatas eleitas e não eleitas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste brasileiros.

Aprofunde-se!

Clique nos botões dos cards e acesse os relatórios com os resultados do estudo.
Fique de olho! Esses dados serão comparados ao nosso monitoramento das eleições para Vereadoras em 2024.

Qual foi o perfil das candidaturas em 2020? O que dizem os processos judiciais sobre fraude à cota de gênero e sobre violência política? Entenda como se deu a disputa nas eleições municipais em 2020 e como as mulheres ainda enfrentam – comparadas aos homens – desafios adicionais na política.

Em 2020, como a imprensa brasileira noticiou a violência política de gênero? Apesar de ainda não ser tipificada, essa violência contra as candidatas mulheres já aparecia nas matérias jornalísticas, sendo analisada pelas pesquisadoras. Acesse o relatório e entenda quais são os subtipos dessa violência e como ela aparece na política partidária brasileira.

O que disseram as candidatas, eleitas e não eleitas, sobre o pleito de 2020? Entenda a complexidade, às mulheres brasileiras, de se enfrentar uma candidatura. Da sobrecarga de trabalho à falta de apoio do partido; de assédios à dificuldade de se ter rede de apoio familiar. Da fraude às cotas de gênero à inviabilidade financeira. Esses são alguns desafios expressos no relatório a seguir.

Veja a situação de seu Estado quanto ao Índice de Desigualdade de Gênero (IEG) e à Taxa de Sucesso

IEG Taxa de Sucesso (%)
Crédito: De olho Nas Urnas (2024) - quanto mais próximo o IEG for de -1, mais desigual é o Estado

Todas as mulheres sofrem violência, mas o tipo varia conforme espectro ideológico:

Mulheres sofrem violência política, não importa se à esquerda ou à direita. O que muda é o tipo do ataque sofrido. (Infográfico de Karynne Senna, De Olho nas Urnas)
Crédito: De olho Nas Urnas (2024)