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De Olho nas Urnas em

2024:

notícias de violência de gênero na política
Texto: Giovana Andrade. Edição: Luana Borges Arte: Natan Carvalho. Programação: Fausto André

Descubra os dados sobre a violência política que atingiu as mulheres nas eleições de 2024. As pesquisadoras do De Olho nas Urnas se dedicaram à análise das notícias veiculadas sobre o tema. 

Elas avaliaram as matérias que denunciaram a violência política de gênero no segundo semestre de 2024. Nos pleitos municipais do ano de 2020, foi feita a mesma análise de notícias (acesse aqui para ver dados das eleições anteriores).

Em 2024 as campanhas foram mais ou menos violentas às candidatas? A sanção, em 2021, da
Lei de Combate à Violência Política contra a Mulher – que estabelece normas para prevenir, reprimir e combater esses crimes – afetou a realidade política das mulheres nos últimos quatro anos?

Atenção!

Medimos a ocorrência de notícias sobre violência política de gênero em 12 sites distintos. Quantas vezes a imprensa divulgou esses casos? Conforme as matérias jornalísticas, quais foram os tipos de candidatura mais afetados pela violência? E quais os tipos e subtipos de violência mais noticiados?

Descubra abaixo!

No mês de agosto, as candidatas à prefeitura foram as mais vitimadas, e a região sudeste teve a maior parte das ocorrências.
A violência psicológica e/ou simbólica foi o tipo mais comum noticiado e, entre os subtipos, a maioria das ocorrências foi de desmerecimento ou desqualificação política e de ameaças.
Quanto ao espectro político, houve mais notícias de violências sofridas por candidatas de espectro político tendente ao centro.

A análise das notícias também aponta que os principais agressores, em agosto, foram políticos ou candidatos.

Em setembro, em comparação com o mês anterior, houve um aumento significativo do número de notícias de violência política contra mulheres, de 28 para 50, e 4 desses registros dizem respeito a mulheres trans.

O crescimento pode estar atrelado ao início da campanha eleitoral
e à aproximação das eleições.

Do total de mulheres vitimadas, a maioria foi de candidatas à prefeitura, e a região nordeste teve a maior parte das ocorrências.

A violência psicológica e/ou simbólica foi o tipo mais recorrente nas notícias e, entre os subtipos, o mais comum foi o de ameaça.
Quanto ao espectro político, foram noticiadas, igualmente, violências contra candidatas de espectro político tendente à direita e à esquerda.

A análise das notícias também aponta que, em setembro, agressores não identificados representaram a maior parte dos casos.

Em outubro de 2024 foram noticiadas 26 ocorrências de violência política contra mulheres, uma diminuição significativa quando se compara ao mês anterior (50 ocorrências).

Do total de mulheres vitimadas, houve um caso a mais de ocorrência entre as candidatas à prefeita (12 ocorrências de violência para as candidatas à prefeitura e 11 para as candidatas à vereança).

A maior parte das ocorrências noticiadas se deu nas regiões Nordeste e Sudeste. (54%). Os estados com mais notícias de violência política contra mulheres foram São Paulo e Paraná.

Uma possibilidade

A diminuição dos números de casos noticiados de violência entre setembro (50 ocorrências) e outubro (26 ocorrências) pode significar que a vigência da legislação que qualifica o crime de violência política de gênero e os recursos para denúncia tenham potencial para diminuir a escalada deste crime.

Outra possível explicação

O aumento da divulgação dos casos em setembro, acompanhado de denúncias realizadas pelas candidatas e partidos, pode ter inibido esse tipo de crime em outubro.

O tipo mais comum de violência noticiada foi a psicológica e/ou simbólica, representando 58% das ocorrências.
Ameaças, fraudes e violências contra apoiadores ou familiares lideraram os subtipos de violência. Além disso, foram noticiadas duas tentativas de feminicídio, um estupro e uma agressão física.

A maior parte das ocorrências noticiadas em outubro se deu nas regiões Nordeste e Sudeste. (54%). Os estados com mais notícias de violência política contra mulheres foram São Paulo e Paraná.

Nos meses das eleições, observou-se – se comparados os anos de 2020 e 2024 –  uma diminuição das notícias de violência política contra as mulheres.

No entanto, no cômputo geral, isto é, nos 3 meses anteriores aos pleitos, observou-se um aumento dos casos noticiados. Os dois meses que antecedem o mês das eleições, especialmente, apareceram na imprensa, em 2024, como mais violentos.