Dados – Representatividade política
nas eleições de 2024

Entenda qual foi a taxa de sucesso das mulheres no último pleito e como estão, nos Estados brasileiros, os índices de equilíbrio de gênero na política
Nesta página, reunimos os principais dados referentes à representatividade das mulheres no pleito de 2024, por meio de medidores como a Taxa de Sucesso e o Índice de Equilíbrio de Gênero (IEG).
Nossa pesquisa compara a participação das mulheres nas eleições municipais de 2024 com o cenário de 2020.

Entre 2020 e 2024, nota-se o aumento das candidaturas femininas (de 34,68% para 35,32%). Também se nota, em 2024, o aumento do percentual de mulheres em relação ao total de vereadores e de vereadoras eleitos e eleitas (de 16,13% para 18,23%). Os números implicam em um crescimento da taxa de sucesso de candidatas mulheres, que passou de 5,52% para 7,21%. 

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A taxa de sucesso mede a proporção de candidatos que efetivamente alcançam a eleição entre os que participaram do pleito.
Embora os números apontem uma melhora para o gênero feminino, o cenário permanece discrepante, conforme se observa no gráfico:

Figura 1: Percentual de mulheres e homens candidatos e eleitos, total (%)

Ao examinar as candidaturas de vereadoras mulheres distribuídas por cor, nas eleições de 2024, nota-se um incremento referente às mulheres negras (pretas e pardas) em relação ao pleito de 2020. Com um aumento da ordem de 2,9% – somando pretas e pardas – , este acréscimo é superior àquele observado entre as candidaturas de homens negros, ou seja, pretos e pardos (+0,7%).

Figura 2: Percentual de mulheres e homens candidatos a vereador, por cor total (%)

Já o percentual de mulheres pretas eleitas passou de 5,3%, em 2020, para 5,9%, em 2024 – um ligeiro aumento. Quanto às pardas, foram 34,1% eleitas em 2020 e 35% em 2024. Os números totalizam um crescimento de 1,5% na eleição de mulheres negras (pretas + pardas).

Quando observamos a distribuição etária nas eleições municipais, destaca-se o “quase” desaparecimento de idosas e de idosos no gráfico de eleitas e de eleitos à Vereança. Mas, às mulheres, o cenário é um pouco pior. Embora também ocorra uma drástica redução dos homens a partir dessa idade, o grupo consegue permanecer presente, diferente das mulheres com mais de 75 anos.

Figura 3: Pirâmide etária de mulheres e homens eleitos a vereador (%)

Finalmente, destoando da predominância masculina observada ao longo da maioria dos gráficos, é no âmbito da escolaridade que, pela primeira vez, a coluna referente às mulheres eleitas aparece significativamente mais alta que aquela referente aos homens eleitos. A ocorrência se dá somente na variável “ensino superior”, enquanto em analfabetos, ensino fundamental e ensino superior, mantém-se a maioria masculina. Esse dado possibilita inferir que existe uma maior cobrança das mulheres, por parte dos eleitores, em relação à sua formação, ao contrário do que ocorre com os homens. 

Figura 4: Percentual de mulheres e homens eleitos a vereadores, por escolaridade (%)

Comparação entre Estados brasileiros

Uma outra forma de entender a representatividade feminina na política é por meio do Índice de Equilíbrio de Gênero (IEG).
O IEG mede o quanto cada estado brasileiro é desigual quanto às candidaturas e à eleição de mulheres para cargos políticos. Conforme apontam os resultados, os homens dominam completamente o cenário político, em todo o país, tanto no número de candidaturas quanto no número de eleitos.

IEG menor que zero (pólo negativo) =
homens predominam 

IEG maior que zero (pólo positivo) =
mulheres predominam

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Fique de olho! Em todos os estados brasileiros,  o IEG é menor do que zero.  

Zero =

Alcançou-se o equilíbrio de gênero (ao menos no que diz respeito à representatividade na política, uma vez que existem outros fatores determinantes da desigualdade de gênero). 

Esperançar

Embora o equilíbrio de gênero na política ainda não tenha sido alcançado, a pesquisa aponta alguns fatores que podem melhorar o desempenho dos Estados no âmbito da representatividade feminina.  

As pesquisadoras e os pesquisadores descobriram que há relação direta entre políticas públicas voltadas para educação infantil e para a saúde e o sucesso eleitoral de candidatas mulheres. Isso pode ocorrer porque essas iniciativas estão ligadas a um compromisso maior com a inclusão social e equidade, reforçando o apoio a candidaturas femininas em contextos mais receptivos. 

Além disso, em municípios com maiores investimentos em saúde e educação, espera-se que exista um eleitorado mais sensível a esses temas, favorecendo candidaturas – muitas delas femininas – que tragam propostas relacionadas a essas áreas.